domingo, 31 de agosto de 2008

Vou deitar e rolar...

Vou Deitar e Rolar - Elis Regina
Composição: Baden Powell e Paulo César Pinheiro

Não venha querer me consolar, Que agora não dá mais pé, Nem nunca mais vai dar.
Também, quem mandou se levantar? Quem levantou pra sair Perde o lugar...
E agora, cadê teu novo amor? Cadê, que ele nunca funcionou? Cadê, que ele nada resolveu?
Quaquaraquaquá, quem riu? Quaquaraquaquá, fui eu... Quaquaraquaquá, quem riu?Quaquaraquaquá, fui eu - Ainda sou mais eu

Você já entrou na de voltar, Agora fica na tua Que é melhor ficar. Porque vai ser fogo me aturar
Quem cai na chuva Só tem que se molhar...
E agora cadê, cadê você? Cadê que eu não vejo mais, cadê? Pois é, quem te viu e quem te vê
Quaquaraquaquá, quem riu? Quaquaraquaquá, fui eu... Quaquaraquaquá, quem riu?Quaquaraquaquá, fui eu...
Todo mundo se admira da mancada que a Terezinha deu, Que deu no pira E ficou sem nada ter de seu, Ela não quis levar fé, Na virada da maré - Breque
Mas que malandro sou eu, Pra ficar dando colher de chá, Se eu não tiver colher?
Vou deitar e rolar!

O vento que venta aqui - É o mesmo que venta lá...
E volta pro mandingueiro a mandinga de quem mandingar...

sábado, 30 de agosto de 2008

Coisinhas Miúdas

Coisas que a vida ensina depois dos 30:

Amor não se implora, não se pede não se espera... Amor se vive ou não.
Ciúme é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade.


Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras, é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina, Deus é o maior poeta de todos os Tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar, não faz de ninguém um tolo

Tolo é quem mente..
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças a cerca de suas ações.
Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor.
O amor... Ah, o amor... O amor quebra barreiras, une facções, destrói preconceitos, cura doenças... Não há vida decente sem amor!E é certo, quem ama, é muito amado.E vive a vida mais alegremente...

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Das Raízes Eternas

Relembrando alguns causos em vida, refletí o quanto peralta fui.
Acho que nascí predestinado a ser elétrico.
Fui moleque de rua, de tomar banho de chuva e de fazer piscinas em poças de água. Brincava de tudo que fosse 'em voga', e adorava ser eu mesmo o autor e cúmplice de minhas travessuras.
Quantas goiabas, mangas, cajus, siriguelas, pitangas, umbús cajá e umbús normais catei sobre os muros que circundavam meu mundo. Sorvetes? Refrigerantes? Biscoito recheado? Tinha sim. Mais o sabor de manga verde com sal (e pimenta do reino) era o lanche preferido.

Amigos então: Nossa. Infinitos...
Quando juntava a rua que eu morava e mais duas ruas vizinhas, a bagaceira tava feita.
O perigo morava mesmo é quando ocorria a junção minha com meus primos e primas. Pronto! O desmantelo era grande. Silvinho, Sandrinho, Veveta, Lila, Serginho, Soraya, Vana e toda molecada agregável (observados por Silene que era a mais ajuizada), os vigias do CESP, do BB, do JB e imediações já sabiam que teríam trabalho extra.

Resumindo, EU SOU NORMAL.

Em miúdos: Que pena sinto dessas novas gerações que fissuradas em plays, devedês, e meio mundo de ês não saberão jamais o sabor da fruta roubada. Nunca conseguiram sentir nos pés a maciez do barro e da lama sadia da chuva. O cheiro doce da terra molhada.
Esses novos meninos e meninas tão ligados em MP3, 4,5,6,8, jamais ouvirão o estalar das fivelas em nosso encalço - vovô era mestre nisso -que poucas vezes nos alcançavam.


Pobres moços.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

E é assim.

Não que eu seja adepto de seguir ditados pré-estabelecidos por século e séculos, mas esse FDS fiz uma reflexão ébria sobre amizades. Isso. Amizades.



Por muitas vezes adotamos alguns seres humanos como amigos incondicionais, que são incluidos em nossos planejamentos de cachaça, de sucesso profissional, ou até de uma vida eterna de fraterna amizade. Nan Nanin Nanã!!!!!!!!!!!!!!!


As pessoas tendem, ao passar dos tempos, se revelarem na essência.

Mostrarem que de fato existem e tem vida própria, vontade própria, Maldade própria. MAL próprio.

Como sou vacinado - e como bom baiano - tendo o corpo fechado nas cachoeiras do Paraguaçú do reconcâvo, esse pernambucano aqui tem a péssima mania de passar a mão por cima dos defeitos dos 'amigos' fazendo de conta que esses defeitos são simples; Que essas maldades jamais serão miradas neste corpicho moldado pela preguiça e pela completa ociosidade física...

O teu olhar do mal é forte. Fortíssimo... Mas não me atingiu não beleza pura!
Ele - o olhar - apenas abriu meus olhos para que eu refine ainda mais a peneira que nos cerca.
Só uma qualidade se exalta desse (s) Ser (es):
Você nunca me enganou, eu que 'se' enganei.
Quando se é capaz de maltratar os próprios familiares, semear a discórdia entre os mais próximos é fácil como fritar um ovo.

Engula-se ----------------------------------

domingo, 17 de agosto de 2008

Fragmentos de Clara, clareia...

"Tanta volta o mundo dá
Nesse mundo eu já rodei
Voltei ao mesmo lugar"

"Seu jogo é carta marcada
Me enganei, nem sei porquê
Sem saber que eu era nada"

"Ah, e agora,
você passa, eu acho graça
Nessa vida tudo passa
E você também passou"

sábado, 16 de agosto de 2008

Dom Malan

Não me pertence a autoria desse texto. Mas ele cabe direitinho nas lacunas da história de Petrolina.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

'O céu nunca mais será o mesmo'

Não faço idéia de quem seja o autor do texto. Caso saibam, mande o nome que ponho aqui.

Chegada ao Céu... Depois de 101 anos de purgatório.

A mulher mais jovem do Brasil tinha 101 anos. Ela talvez nunca tenha tido consciência que, em vida, curava os males alheios, sem reza, nem misticismo, apenas com a sua presença. A gente ficava envergonhado de ficar reclamando da vida e da saúde quando uma mulher com 101 anos aparecia lúcida e brincalhona e fazendo piruetas verbais e corporais. Uma menina atrevida, mãe, avô, bisavó e referência de motivação para todos nós. Dercy Gonçalves foi a parte de um país que agora desaba como um iceberg, vitimado pela agressão a ecologia e a outros podres vindos dos homens. Faltou-lhe o ar. Mesmo poluído como ela gostaria de ainda poder jogá-lo dentro dos pulmões. Insuficiência respiratória. No entanto, foi de dentro para fora. Ela sempre dizia que só morreria quando quisesse.
Morreu sem poder culpar sequer o ar que lhe faltou. Morreu por livre e espontânea vontade interior. Imagine sua chegada ao céu...

'-Porra tá frio aqui em cima;
-O céu não tem temperatura - pondera um porteiro celestial de plantão.
-Não tem é o cassete. Tá frio pra caralho, sim senhor - insiste Dercy.
-Prefere o inferno? Lá é mais quentinho.
-Manda tua mãe pra lá, porra ! Cadê o Pedrão?
-Pedro só atende aos purificados.
-E eu tô suja por acaso, que merda , tô cagada?
-A senhora vai ter que passar primeiro pelo purgatório, ajustar umas continhas...
-Não devo nada a Puto nenhum.
-A senhora foi muito sapeca lá por baixo.
-Como é que você sabe. Andavas escondido debaixo das minhas saias?
-Dercy, daqui de cima a gente vê tudo.
-Vê porra nenhuma. Vê a pobreza, a violência, meninas de 4 anos sendo estupradas pelos pais, político metendo a mão no dinheiro dos pobres, cara cheirando até cocô pra ficar doidão? O que vocês vêem? Só viam...
-A senhora fala muito palavrão!
-Eu sempre disse que o palavrão estava na cabeça de quem escutava. Palavrão é a fome, a falta de moral destes caras que pensam que o mundo é deles. Esses goelas grandes e seus assessores laranjas, tangerinas e o cacete...
-Está vendo? Outro palavrão
-Cacete é palavrão seu porteiro de meia tigela? Palavrão é PQPariu...(silêncio de alguns segundos)

Nesse momento, a grande porta se abre, e de lá surge o guardião:
- Seja bem vinda Dercy. Sou Pedro. Pode entrar.
-Porra, não é que eu morri mesmo!
-E o purgatório?
-Você já passou 101 anos por ele, lá em baixo. Venha descansar.
- É, to precisando mesmo. Mas tira essa mão boba de cima de mim!'

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Lispectorandamente... Profético.

"Corro perigo
Como toda pessoa que vive
E a única coisa que me espera
É exatamente o inesperado"


Clarice Lispector


O Rio corre pra o Mar, já dizia o poeta... As coincidências - que não são coincidentes - fazem com que cada capítulo seja inexoravelmente aquele que se espera ser... há vilões, há mocinhos... há fadas e bruxas nas brumas daquelas ondas...

Só não me peça pra ser complacente com o cinismo. Hei de rir sim - não dos personagens - mas dos fatos. Tal e qual o enredo já protagonizado em tempos remotos...

E foi? Não questiono que a vida prega peças, tampouco sugestionarei os porquês dúbios e maliciosos das comparações. Só tiro da vida um fato: Vão-se os anéis e ficam as marcas nos dedos... Dedos que ostentavam soberba e glórias maculadas por tantas águas roladas no rubor da face.


E se consumou a profecia taciturna - piegas e imprópria - ao percorrer do correr e morrer das águas.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Com minhas adaptações

"E se me achar esquisito, respeite também. Até eu fui obrigado a me respeitar" (Clarice Lispector)


Baseado na frase histórica:
E se me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar" (Clarice Lispector)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Santo Agostinho

A MORTE NÃO É NADA
A morte não é nada...
Eu somente passei para o outro lado do caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era para vocês, continuarei sendo.
Me dêem o nome que sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim. Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo, sem nenhum traço de sombra ou tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora de seus pensamentos, agora eu estou fora de suas vistas?
Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho...
Você que ai ficou, siga em frente, a vida continua. Linda e bela como sempre foi.
SANTO AGOSTINHO

terça-feira, 5 de agosto de 2008

O Meu Olhar

O Meu Olhar

Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa)

O meu olhar é nítido como um girassol. Tenho o costume de andar pelas estradas, olhando para a direita e para a esquerda, e de vez em quando olhando para trás...E o que vejo a cada momento é aquilo que nunca antes eu tinha visto, e eu sei dar por isso muito bem...

Sei ter o pasmo essencial que tem uma criança se, ao nascer, reparasse que nascera deveras... Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num mal-me-quer, Porque o vejo. Mas não penso nele porque pensar é não compreender ... O Mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos) mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, Mas porque a amo, e amo-a por isso, porque quem ama nunca sabe o que ama nem sabe por que ama, nem o que é amar... Amar é a eterna inocência, É a única inocência não pensar...

Sou o que me convém ser...

Sou o que me convém ser...